quinta-feira, 21 de junho de 2012

Confidências de um “doente” medicado


Internações psiquiátricas, medicação bem dosada
Uma doença que me coloca entre os desejos
Sonhos, realidades e verdade.
Cruel, uma mente confusa e cansada
Diante da constante luta da loucura
Contra a lucidez.
O diagnóstico médico,
Que conhece tão pouco a mente humana,
É julgado como lei irrevogável e inquestionável.
Não me lembro mais como as coisas eram
Quando eu não era “doente”,
Na verdade acho que esse negócio de ser “normal”
Nunca foi meu forte mesmo.
Sinto uma saudade tola de um tempo
Que sequer existiu, e tenho um desejo profundo
De executar meu presente, construindo um futuro
Bastante diferente, disso que consideram “normal”
Pessoas egoístas e manipuladoras que se enganam
E destroem constantemente em relações humanas
Do sistema ganhar-perder.

Renan Oliveira Andrade
Dez/2011

3 comentários:

  1. Renan, encontrei uma intertextualidade no trecho do teu poema:
    "Sinto uma saudade tola de um tempo
    Que sequer existiu,(...)

    Com o seguinte trecho de um poema meu:

    "Pode-se ter saudade
    do que nunca se teve,
    de onde nunca se foi,
    de quem nunca se viu,
    do que não se viveu?"

    Interessante, não?
    Abraço,
    Vera Barbosa

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    Respostas
    1. Muito! Isso só confirma a tese de que o UNIVERSO conecta a TUDO e a TODOS no TEMPO CERTO. Publica o poema inteiro aqui, o que acha? Acho que fica bacana para quem tiver a curiosidade de acessar.

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    2. Então, aí vai o poema:

      INDAGAÇÕES

      Pode-se ter saudade
      do que nunca se teve,
      de onde nunca se foi,
      de quem nunca se viu,
      do que não se viveu?

      Pode-se querer o inimaginável,
      Sem ao menos saber o que se quer?
      Pode-se desejar ardentemente
      ser alguém diferente do que se é,
      Sem saber quem, nem por quê?

      Pode-se ansiar pela liberdade total,
      Querer voar sobre as nuvens,
      Sabendo-se preso ao irremediável cárcere da vida?

      Como seria colher a flor com perfume eterno?
      Contemplar para sempre o arco-íris?
      Vislumbrar além do infinito?

      Por que tantas perguntas?
      Quem tem as respostas?
      Quando?

      Grande abraço, poeta!

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